Mas temos a sementeira de Primavera atrasada. Estive em viagem durante duas semanas, o que atrasou a sementeira e plantação para a horta e jardim.
O meu pai semeou algumas coisas enquanto estive fora, mas até ao momento germinaram apenas meia dúzia de plantinhas. Uma das razões poderá ser a idade das sementes que ele usou, outra poderá ser a terra demasiado pesada que ele usou nos tabuleiros de germinação.
Para compensar, dediquei-me nestes últimos dias, a semear dezenas de variedades em quantidade superior ao que necessitamos para a horta e jardim, para prevenir eventuais falhas de germinação. E usei algumas sementes mais antigas e outras deste ano, para evitar o cenário em que nada germine.
Não precisei de comprar vasos e tabuleiros, pois tive a sorte de há 2 anos atrás ir dar uma palestra sobre OGMs num evento nos Olivais e em troca trazer o carro cheio de tabuleiros e vasos que tinham sido adquiridos pela organização para um workshop e foram oferecidos no final do evento a quem os quisesse levar. Não queria parecer açambarcadora, por isso deixei que outras pessoas levassem também o que queriam, no entanto não me fiz rogada a trazer o mais que pude depois de outros se servirem. Na altura não sabia ainda onde e quando lhes iria dar uso, mas sabia que me iriam dar jeito em breve.
Quanto ao substrato, ao longo dos anos fui comprando uns pacotes de fibra de côco comprimida (um bloco tipo tijolo, misturado com água, dá 10 litros de substrato), porque achei barato e fácil de armazenar e sabia que um dia iria ser útil. Fui buscar os ditos blocos que estavam guardados no sotão e comecei por usar este substrato nos primeiros tabuleiros. É muito leve e fácil de trabalhar e bom para germinação, mas tem o inconveniente de não reter bem a humidade e por isso tenho que ter os tabuleiros sempre cobertos ou andar a regá-los constantemente. Nos tabuleiros seguintes optei por fazer uma mistura da fibra de côco com terra local (um pouco argilosa) e algum estrume bem curtido que havia no terreno. A mistura parece-me ter ficado ideal em termos de estrutura e capacidade de retenção de água. Agora veremos se as sementes não me falham.
Apesar dos cuidados de preservação: em pacotes de papel, dentro de latas de alumínio, com dessicante para proteger da humidade, guardadas no sotão em local escuro e seco - é possível que muitas delas tenham perdido capacidade germinativa ao longo dos anos.
Em paralelo, fui também adquirindo pacotes de sementes comerciais (evitando as variedades híbridas e transgénicas, obviamente), para ter uma maior diversidade, mas também como garantia de que em caso de necessidade, algumas sementes estariam em condições de germinar (assumindo que os pacotes comerciais preservam melhor as sementes do que os meus métodos caseiros).
Nesta sementeira procurei criar um equilíbrio entre as sementes trocadas/ofertadas e as sementes compradas, para garantir uma maior taxa de sucesso. Se umas falharem, as outras compensarão.
Sem ser a lista exaustiva de tudo o que semeei, ficam aqui algumas das plantas semeadas:
Tomate chucha, refego, riscado, cereja amarelo
Couve galega, negra, romanesco, branca
Espinafre verde e vermelho
Beterraba diversas cores
Cenoura diversas cores
Acelga diversas cores
Cebola vermelha e roxa
Pimentos diversos
Pimentas, piri-piri
Nabo branco e roxo
Alfaces e chicórias
Ruibarbo
Pastinaca
Rabanete
Agrião de terra
Courgette
Rábano
Alho francês
Girassóis diversos
Goji
Stévia
Physalis
Salsa, Coentros, Tomilho, Cebolinho, Manjericão
Em estacas temos, entre outros:
Alecrim
Alfazema
Groselheira vermelha e negra
Goji
Marmeleiro
Romãzeira
Mirtilo e framboesa (poderão estar mortas, pois foram vítimas de interesse canino, mas veremos...)
Hortênsias
Rosas
Resta esperar para ver como vão crescer.
Entretanto ando a preparar o solo da horta (muita cavadela para remover muitos detritos que por lá foram sendo deixados) e o meu pai anda a tentar aproveitar as mangueiras e bomba avariada do sistema de irrigação do dono anterior, para reutilização na nossa horta. Se não funcionar, teremos de investir em material novo.
Pequeno detalhe que falta referir: as plaquinhas de identificação nos vasos e tabuleiros são todas de plástico reutilizado. Cortei embalagens de champô e até colares isabelinos (de uso veterinário) - que as minhas cadelas são especialistas em destruir quando forçadas a usar - e fiz plaquinhas de identificação (basicamente tiras) onde escrevo com marcador de acetato. São bastante resistentes aos elementos naturais. Já tinha experimentado tiras de madeira e escrever a lápis, mas não resultou muito bem (a madeira incha, apodrece, estraga-se e deixa de se conseguir ler o que lá está escrito). No final da época, ou reutilizo as tiras, limpando-as com álcool, ou simplesmente coloco-as na reciclagem e faço mais com outras embalagens de plástico.
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