Em Dezembro de 2007 deixei aqui uma mensagem sobre mais uma interrupção abrupta dos meus planos de pôr em prática a permacultura. A minha horta de varanda no Porto foi interrompida ao fim de apenas 2 meses de vida, porque tive que me mudar.
Fui viver para Lisboa com o meu companheiro, onde tentei reiniciar uma nova horta de varanda, mas o resultado foi sempre tão deprimente que nem me dei ao trabalho de partilhá-lo aqui. De momento tenho três vasos com ervas daninhas, uma sardinheira, um feijão-verde e alguns coentros. E acho que este é o ponto máximo de produção que já consegui aqui ter. Por desleixo, falta de motivação, uso alternativo do espaço... No fundo não quero dedicar-me muito a reverdescer a varanda, sabendo de antemão que mais uma vez estou apenas de passagem por esta casa.
Desde que aqui chegámos que estamos a planear a nossa próxima mudança. Desta vez pretendemos dar o grande salto e viver no campo. Mas como quaisquer outros jovens que não herdaram terra da família, nem têm dinheiro para comprar terra, dar este salto é não só uma grande aventura, como também uma enorme dor de cabeça.
Por um lado gostaríamos de nos afastar da capital e encontrar um sítio sossegado, com muita terra e preço baixo e contribuir para a repovoação do interior.Por outro lado não queremos estar longe da família, dos amigos e do emprego actual que convém manter perante a incerteza do sucesso ou insucesso inicial do projecto agrícola.
Admiramos os jovens que deixam os seus empregos confortáveis e bem pagos e se atiram de cabeça a recuperar uma ruína em Trás-os-Montes com as suas próprias mãos, aonde vão viver do que a terra dá, por vezes sem água nem electricidade. Mas nós somos um pouco mais cobardes e menos confiantes e receamos dar esse salto sem rede de segurança. Apesar de tudo sentimos a urgência de dar o salto.
O mundo a que estamos habituados a viver está a desmoronar-se mais rapidamente do que alguma vez julgámos possível. O estado já não nos garante protecção nem segurança nem apoio como há apenas alguns anos parecia garantido. O plano poupança reforma com mais futuro é a compra de terra com água e o trilhar o caminho da auto-suficiência. Antes as pessoas eram pobres, mas no geral não passavam fome. Produziam a sua comida e sabiam construir e produzir os bens essenciais de que necessitavam., além de que contavam com o apoio da comunidade e do seu sistema de trocas de bens e serviços. Eram pobres mas não eram miseráveis. Hoje e no futuro, quem viva nas cidades dependente do sistema económico vigente, sem conhecer os princípios básicos da sua sobrevivência, correrá o risco de se tornar miserável se de repente o estado social e mesmo os sistemas de apoio privados colapsarem por completo ou se tornarem impossíveis de sustentar. Felizmente cada vez mais gente, e especialmente os jovens, estão a aperceber-se disso e a tentar inverter a situação voltando às origens, ao mundo rural, a uma vida mais sustentável e sustentada. Por que sei que há um grande interesse por parte desses jovens em saber como os outros deram esse salto, irei tentar partilhar aqui as minhas experiências da minha tentativa (esperemos que bem sucedida) de mudar de vida.
Fui viver para Lisboa com o meu companheiro, onde tentei reiniciar uma nova horta de varanda, mas o resultado foi sempre tão deprimente que nem me dei ao trabalho de partilhá-lo aqui. De momento tenho três vasos com ervas daninhas, uma sardinheira, um feijão-verde e alguns coentros. E acho que este é o ponto máximo de produção que já consegui aqui ter. Por desleixo, falta de motivação, uso alternativo do espaço... No fundo não quero dedicar-me muito a reverdescer a varanda, sabendo de antemão que mais uma vez estou apenas de passagem por esta casa.
Desde que aqui chegámos que estamos a planear a nossa próxima mudança. Desta vez pretendemos dar o grande salto e viver no campo. Mas como quaisquer outros jovens que não herdaram terra da família, nem têm dinheiro para comprar terra, dar este salto é não só uma grande aventura, como também uma enorme dor de cabeça.
Por um lado gostaríamos de nos afastar da capital e encontrar um sítio sossegado, com muita terra e preço baixo e contribuir para a repovoação do interior.Por outro lado não queremos estar longe da família, dos amigos e do emprego actual que convém manter perante a incerteza do sucesso ou insucesso inicial do projecto agrícola.
Admiramos os jovens que deixam os seus empregos confortáveis e bem pagos e se atiram de cabeça a recuperar uma ruína em Trás-os-Montes com as suas próprias mãos, aonde vão viver do que a terra dá, por vezes sem água nem electricidade. Mas nós somos um pouco mais cobardes e menos confiantes e receamos dar esse salto sem rede de segurança. Apesar de tudo sentimos a urgência de dar o salto.
O mundo a que estamos habituados a viver está a desmoronar-se mais rapidamente do que alguma vez julgámos possível. O estado já não nos garante protecção nem segurança nem apoio como há apenas alguns anos parecia garantido. O plano poupança reforma com mais futuro é a compra de terra com água e o trilhar o caminho da auto-suficiência. Antes as pessoas eram pobres, mas no geral não passavam fome. Produziam a sua comida e sabiam construir e produzir os bens essenciais de que necessitavam., além de que contavam com o apoio da comunidade e do seu sistema de trocas de bens e serviços. Eram pobres mas não eram miseráveis. Hoje e no futuro, quem viva nas cidades dependente do sistema económico vigente, sem conhecer os princípios básicos da sua sobrevivência, correrá o risco de se tornar miserável se de repente o estado social e mesmo os sistemas de apoio privados colapsarem por completo ou se tornarem impossíveis de sustentar. Felizmente cada vez mais gente, e especialmente os jovens, estão a aperceber-se disso e a tentar inverter a situação voltando às origens, ao mundo rural, a uma vida mais sustentável e sustentada. Por que sei que há um grande interesse por parte desses jovens em saber como os outros deram esse salto, irei tentar partilhar aqui as minhas experiências da minha tentativa (esperemos que bem sucedida) de mudar de vida.
Olá Irina,
ResponderEliminarhá muito tempo que não sentia vida no teu blog. Não imaginas quantas vezes lamentei o facto de teres deixado de partilhar connosco as dicas da horta de varanda.
Questionei-me por onde andaria essa energia verde a cheirar a hortelã. Noto agora que a desmotivação não te deixou ir mais longe nas experiências horticolas.
Eu também vou devagarinho, com muita paciência, perseguindo o meu objectivo de ir viver para o campo. De momento ainda só consegui comprar o terreno numa aldeia no interior-centro, mas nem casa, nem água lá tenho. Só mesmo terreno para agricultura de sequeiro e exploração de árvores.
Mas tu tens algo que eu não tenho: uma pessoa ao teu lado que também quer o que tu queres. Eu alimento o sonho sozinha, infelizmente.
Vou ficar atenta às futuras publicações. Anseio por ver florir o Hortelã Verde. É Primavera!!!
Abraço verdinho,
Rute